sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Wave of light

Juntos nós lembramos.
Dia 15 de Outubro às 19.00h. Acenda uma vela em memória de seu filho falecido e junte-se à 'Wave of Light' ao redor do mundo.


Ano passado, aprendi que em outubro homenageamos os pequeninos que partiram muito cedo, sendo este o Mês de Conscientização da Perda Gestacional e Infantil (Pregnancy and Infant Loss Awareness Month). Inclusive, publiquei a tradução de um artigo aqui no blog, falando sobre o Outubro Azul e Rosa que você pode ler aqui

Embora a data seja reconhecida em outros países, aqui no Brasil não temos nada parecido, mas para pais que perderam seus filhos, todo motivo para falar e lembrar-se deles, é uma causa nobre.

Todo dia 15 de outubro às 19:00 (horário local), pessoas no mundo todo acendem uma vela em homenagem às crianças que partiram, criando assim uma linda ‘onda de luz’ iluminando o planeta. 

No último ano, fizemos parte desta corrente pela primeira vez. 

Embora nossa participação tenha sido tímida, nos unimos a este lindo gesto de amor em memória de nossos filhos, de quem sentimos tanta saudade.


É claro que este ano acenderemos novamente uma vela em memória do Noah e de todos os anjinhos que se foram e estendo este convite a todos vocês: dia 15 de outubro às 19.00hs deixe uma vela acesa por uma hora e nos ajude a iluminar esta causa. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Lembre-se deles




Após a morte de um filho o maior medo de um pai é o esquecimento, em especial quando seu filho parte tão pequenino que nem teve tempo para deixar grandes marcas no mundo. 

Quando o Noah morreu, ele tinha apenas 20 dias de vida. 

Não tenho fotos de sua carinha, nem roupas com seu cheiro... Mas lembro perfeitamente dos contornos de seu corpo, o calor da sua pele lisinha e seus trejeitos de menino peralta dando ‘cambalhotas’ na incubadora ao ouvir a minha voz. 

Sou mãe e posso afirmar que ele está presente em todos os meus dias, mesmo que eu não possa mais desfrutar da sua deliciosa presença física há quase dois anos, eu sinto meu filhote perto de mim o tempo todo. Seja na borboleta que insiste em pousar ao meu lado, seja na roupinha de menino sapeca exposta na vitrine de uma loja infantil... eu sempre converso com ele, lembro do que vivemos juntos, choro, sorrio e crio memórias novas imaginando como ele teria sido... é um dos papos mais gostosos que tenho com o paizinho dele... podemos ficar horas imaginando...

Mas para o mundo eu sei que não é assim e temo que meu bebê seja esquecido, que sua memória seja apagada pela rotina. Por isso, continuo a falar dele, a lembrar dele e a contar a todos sobre sua existência. 

Sua passagem por este mundo foi breve, mas deixou marcas expressivas e grandiosas em minha vida, ele merece ser lembrado!


Se você tem uma mãe ou um pai enlutado em sua vida e não sabe o que fazer para ajudar, deixo mais uma preciosa dica: lembre-se de nossos filhos. Fale deles. Não tenha medo, pois este é o presente mais precioso que você pode nos dar. 

Abaixo a tradução de um texto da Emily Long, bem curtinho, mas cheio de amor, que descreve tão bem este pedido de uma mãe enlutada.


Lembre-se deles

12 de agosto de 2016 por Emily Long*


Tradução/Translation: Roberta Modulo 
(Mamãe orgulhosa de um anjo chamado Noah / Proud mother to an angel called Noah)
Contato: contato@robertamodulo.com.br


Recentemente alguém me perguntou se havia alguma coisa, algo unicamente importante, que eu gostaria de pedir às pessoas em relação à morte e o luto por minhas filhas.

Fiquei surpresa em ver como minha resposta veio fácil – há muitas coisas importantes que eu poderia ter dito, mas esta rapidamente surgiu como a mais importante:

Lembre-se delas.

Lembre-se de seus nomes.

Lembre-se que elas viveram.

Lembre-se que sou sua mãe.

Lembre-se que elas foram e são amadas.

Lembre-se delas.                               

Para mim, além da ausência delas, minha maior dor é o medo que elas sejam esquecidas. Perdidas entre o tempo e espaço. Pois há tão pouca prova física de que elas estiveram aqui, até a memória delas desaparecerá para todos, exceto para mim.

Então, por favor, lembre-se delas.

Não apenas quando o sofrimento é recente e novo. Lembre-se delas mesmo que anos e décadas tenham se passado e elas ainda assim, terão partido.

Lembre-se que elas viveram.

Lembre-se que eu as carreguei.

Lembre-se que eu sou sua mãe – naquele momento, agora, sempre. Mesmo quando eu tiver 90 anos e me preparando para deixar esta Terra, elas ainda serão minhas e eu serei delas.

Lembre-se que elas foram e são e serão para sempre amadas.

Lembre-se delas.

Para sempre.

* Sobre Emily Long
Emily é mãe de duas filhas que partiram muito cedo.  Na faculdade, ela vivenciou a morte de seu noivo. Alguns meses depois, sua filha, Grace, nasceu sem vida. Depois de muito anos, Emily finalmente procurou apoio e criou uma comunidade que a ajudou a encontrar beleza na vida novamente, após suas perdas. Quando sofreu o aborto de sua segunda filha, Lily, fornecer apoio para outros pais em luto tornou-se uma paixão e uma missão. Emily é psicoterapeuta de apoio ao sofrimento e defensora das famílias que sofrem a perda de seus filhos. Ela tem interesse em trabalhar com mães sem filhos vivos e é autora do livro “Invisible Mothers” (Mães Invisíveis).
Emily acrescenta ao seu trabalho com famílias em sofrimento, o equilíbrio entre experiência pessoal e profissional. Além de promover apoio individual às mães e pais em luto, Emily se esforça para instruir e melhorar o cuidado às mães em luto por profissionais da saúde e outros psicoterapeutas. Ela escreve e instrui através de seu website http://emilyrlong.com.